Brasil não pode perder a corrida da energia fotovoltaica
Segundo presidente da Cemig, o Brasil está atrasado no ramo da microeletrônica
O Brasil, com um dos melhores índices de insolação do planeta, não pode ficar para trás na corrida da geração de energia fotovoltaica. O alerta é do presidente da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, Mauro Borges Lemos, para quem o país precisa intensificar as pesquisas para o desenvolvimento dessa tecnologia.
Segundo Lemos, o Brasil não aproveitou, da maneira que poderia, o boom da microeletrônica, nos últimos anos, e está atrasado no desenvolvimento do conhecimento de purificação do silício, base tecnológica comum à microeletrônica. “O país não tem um grande acúmulo de conhecimento na purificação do silício, apesar de possuir as maiores reservas desse material, que é essencial para o desenvolvimento das placas solares”, comentou. O silício é matéria-prima essencial para a fabricação de componentes de celulares, computadores, lâmpadas especiais e, sobretudo, painéis solares de geração elétrica.
Mauro Borges Lemos ressaltou que o país poderia estar muito mais desenvolvido em relação à produção de energia solar. “Estamos pagando um preço bastante alto com a perda da onda eletrônica no momento em que aparece um tipo de energia com grande potencial, como a solar fotovoltaica”, afirmou.
Minas Gerais
Nesta semana, Mauro Borges Lemos anunciou que a Cemig planeja investir R$ 4 bilhões na instalação de uma usina de energia fotovoltaica no Estado. De acordo com o executivo, a Companhia está buscando parceiros para viabilizar o projeto. “Temos o sol, os consumidores e o silício, matéria-prima para a construção das placas. Procuramos, agora, sócios detentores de competência tecnológica”, completou o presidente da Cemig.
De acordo com o Atlas Solarimétrico de Minas Gerais, a média anual de radiação solar direta normal no Estado situa-se entre 5,5 e 6,0 kWh/m²/dia. Esses dados comprovam a boa disponibilidade do recurso solar em Minas Gerais para aplicações de diversas tecnologias termossolares. “O Atlas Solarimétrico da Cemig, que é um dos melhores do Brasil, indica que o potencial é fantástico, principalmente, nas regiões Norte e Noroeste do Estado”, afirma Mauro Borges Lemos.