A cidade de Natércia, no Sul de Minas Gerais, não registra um homicídio ou crime violento há mais de 40 anos. A característica se opõe ao registrado na maioria do Estado, onde as estatísticas apontam para o crescimento da criminalidade.

De acordo com a Polícia Militar (PM), os crimes mais comuns no município são furtos, lesões corporais e agressões. No entanto, nenhum desses delitos integra a lista de crimes violentos (estupro, roubo, homicídio, sequestro, cárcere privado e extorsão).

Locais como bancos e casa lotéricas, que em outros municípios são alvo de bandidos, recebem uma atenção especial da PM. Além disso, o comerciante Cristiano Caetano explica que a “fofoca” ajuda na identificação de pessoas suspeitas. “Quando há uma pessoa suspeita, principalmente no horário noturno, a gente costuma ligar para a polícia relatando o que está ocorrendo. Aqui todo mundo se conhece, então quando aparece alguém diferente a gente nota.”, afirma Cristiano.

Ao ser questionada sobre homicídios, a PM informou que há anos nenhum crime como este é registrado no município. Segundo o militar Claiton da Silva Mendonça, a população relata que o último assassinato na cidade ocorreu nos anos 70. “Desde que eu cheguei no município, nós não tivemos registro nenhum de crimes relacionados a homicídio ou até mesmo tentativa. Falam que os últimos crimes deste tipo ocorreram na década de 70.”, explica o militar.

Esse homicídio teria acontecido em uma comunidade de Natércia e o caso ficou tão famoso que o local ganhou o nome de “Atirado”. De acordo com a dona de casa Maria de Fátima, um homem teria matado outro a tiros na região. “Há muitos anos atrás, um homem deu um tiro no outro e o bairro ficou com o nome de Atirado.”, disse Dona Maria.