A semelhança e afinidade entre os palhaços Risadinha e Gargalhada vão além dos palcos e apresentações. José Rodrigues de Souza, de 48 anos, e Renan Augusto de Almeida, de 26, moram em Ipatinga (MG) e trabalham juntos há 17 anos. Entre maquiagem, figurino e piadas, a dupla também compartilha o amor de pai e filho.

Apesar da relação paterna, Renan, conhecido palhaço Gargalhada, teve o primeiro contato com pai aos seis anos, durante uma apresentação de José, o palhaço Risadinha, na creche, onde ele estudava.

"Antes de saber que meu pai trabalhava com circo eu já amava o picadeiro. Eu era fã do palhaço Risadinha e sempre assistia as apresentações dele. Só soube que ele era o meu pai no da apresentação na minha escola porque a minha mãe me contou”, destaca.

Renan diz que o pai já sabia da existência dele, mas nunca o procurou. “Meu pai não se aproximou, porque minha mãe queria que eu ficasse mais velho para entender a situação. Os dois namoraram, ela ficou grávida e eles terminaram o relacionamento”, explica Renan.

José Rodrigues lembra com carinho do dia que conheceu o filho. Ele diz que sempre teve vontade de se aproximar, porém respeitou a decisão da ex-namorada de esperar o momento certo.

"Eu não sabia que aquela peça de teatro daquele dia, acabaria se tornando uma história real. Quando fomos apresentados, ele fez uma piada dizendo que eu era o pai palhaço dele. Alegria e piada estão no sangue”, relembra José Rodrigues. Depois de se conhecerem, José e Renan começaram a construir uma relação de afinidade.

Trajetória
Antes de se consagrar como o palhaço Gargalhada, Renan foi trabalhar com o pai na companhia 'Grupo Circo da Alegria'. Eles faziam malabarismo, acrobacias e mágicas juntos. Após algum tempo, um primo dele que atuava como palhaço Gargalhada se mudou para Portugal e Renan assumiu a vaga. “Nós começamos a dupla e a amizade entre pai e filho foi crescendo. O nosso entrosamento veio através da arte" destaca.

José Rodrigues conta que atua na profissão há 30 anos, mas conseguiu a verdadeira alegria há 17, quando começou a trabalhar com o filho. “Fazer algo que gostamos ao lado de um filho, não tem preço. Hoje até trabalhamos com um slogan que retrata bem esse sentimento 'pai e filho a serviço da alegria'”, enfatiza.

Além do sucesso profissional, para Renan a história dele com o pai também se resume em perdão. “Tinha tudo para não conversar com ele. Afinal nós ficamos seis anos separados. Poderia ser um cara revoltado e não querer aproximação, mas o trabalho do meu pai e a arte me chamou tanto a atenção na época, que não olhei para os problemas pessoais dele com a minha mãe”, finaliza.