As termelétricas a gás estão na mira da Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig, para atender o mercado consumidor a um custo viável, investimentos reduzidos e sustentabilidade. Em viagem à França, na última semana, o presidente da Cemig, Mauro Borges Lemos, fez contatos com potenciais investidores e apresentou diversas oportunidades de negócios, entre elas a geração de energia térmica a gás.

A matriz de origem hidráulica ainda é majoritária no país, com 61% da potência instalada, mas a capacidade das usinas termelétricas, que respondem por 28% desse total, deve crescer 9 GW até 2023, segundo o Plano Decenal de Energia Elétrica do governo federal.

O presidente avalia que, no atual cenário do setor elétrico, essa matriz energética deve ser ampliada, garantindo o abastecimento a grandes centros consumidores, sem grandes impactos ambientais. "As usinas térmicas funcionam como uma reserva para o Sistema Interligado Nacional, operando nos períodos de baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas ou para aumentar a confiabilidade no atendimento a eventos regionais ou nacionais de grande relevância. Além disso, podem ser instaladas próximo aos grandes consumidores, evitando o investimento em linhas de transmissão", afirma Mauro Borges Lemos.

Fonte limpa

A geração térmica a gás natural e biogás possui agora regulamentação específica para seu licenciamento ambiental por determinação do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), órgão colegiado de licenciamento ambiental em Minas Gerais. Com isso, a produção de energia térmica ganhará um novo impulso em Minas Gerais, pois foram reduzidos as exigências e o prazo para o licenciamento ambiental de empreendimentos para geração termelétrica a gás, com potência de até 10 MW, que poderão operar a partir de emissão de Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF).

Já em relação aos empreendimentos com potência acima de 10 MW e com até 100 MW, o licenciamento dependerá da apresentação de Relatório de Controle Ambiental, Plano de Controle Ambiental, Licença Prévia e Licença de Instalação concomitantemente. Para aqueles com potência acima de 100MW, será necessária a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

O diretor de Geração e Transmissão da Cemig, Franklin Martins, ressalta que a mudança na regulamentação foi resultado de um esforço da área ambiental da Cemig e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a qual levou a proposta de mudança para o Copam. "Nós mostramos que o potencial poluidor do gás natural e biogás é menor do que o do óleo combustível ou do carvão para a geração de energia elétrica e, com isso, poderemos atender a uma demanda do setor industrial por energia a custos mais baixos e com uma fonte ambientalmente mais limpa", explica.

Franklin Martins acrescenta que a nova regra de licenciamento permite, ainda, a participação efetiva de projetos de termelétricas a gás nos leilões emergenciais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).