A atleta master de atletismo Donita Meire Dias, 44 anos, é natural de Santa Maria de Itabira e morou em Governador Valadares durante 11 anos. Atualmente morando em Ipatinga, faz parte da diretoria da Associação Master de Atletismo Vale do Aço (Amava), trabalha como professora no projeto da Prefeitura de Ipatinga chamado “Ipatinga Esporte e Cidadania”, no núcleo Parque Ipanema, com atividade física orientada. Donita é formada em Educação Física pela Univale, pós-graduada em Treinamento Esportivo pela UFMG e em Educação Física Escolar, pela Universidade Cândido Mendes.
Donita conta que foi descoberta no atletismo aos 15 anos, pela sua professora de educação física, Jumara. A primeira competição disputada foi os Jogos Escolares de Ipatinga (JEI). Logo depois, recebeu o convite do professor Gaspar, que estava na Usipa na época, para treinar no clube. Inicialmente com a negativa da mãe, Donita treinava escondido. Essa situação durou um ano, até não ter mais como esconder.
Donita tem uma galeria grande de títulos. Campeã de competições nacionais na categoria infantojuvenil nas modalidades 100m com barreira e no revezamento 4x100m, além de conquistar vários torneios de nível estadual, nos 100m e 400m com barreira e revezamento 4x100m e 4x400m. Mas é na categoria master que Donita considera ter os melhores resultados da carreira. A atleta foi campeã olímpica no salto em distância em Sydney, Austrália (2009), campeã sul-americana no salto triplo, salto em distância e revezamento 4x100m, em Medellín, na Colombia (2014); campeã brasileira no salto triplo, salto em distância e 80m com barreira, em João Pessoa na Paraíba (2014). Ainda tem duas medalhas de bronze em mundiais de atletismo — no salto em distância na cidade de Racione, na Itália (2007), e 80m com barreira em Porto Alegre (2013); um bronze nos 60m com barreira, no mundial indoor disputado em Clermont Ferrand, na França (2008), além de outras conquistas em torneios internacionais disputados nos Estados Unidos, Uruguai e Costa Rica.
Ela destaca alguns momentos marcantes na vida. Um deles foi sua recuperação física, depois de sofrer um acidente de moto no qual foi orientada a não treinar mais, se quisesse ter uma vida normal. Foram três anos de recuperação, participando de algumas provas, até voltar a motivação e a certeza de que conseguiria treinar pra valer. Ela também não esquece da participação nas Olimpíadas de Master, na Austrália, em 2009. “Cheguei como uma desconhecida na prova salto em distância. Na quinta tentativa eu estava em segundo, com 4,96m, e uma russa em primeiro, com 5,03m. Eu fui com tudo para a última tentativa e fiz 5,10m. A russa tinha mais um salto, poderia me passar, o estádio silenciou e eu fiquei com as mãos cruzadas e olhos fixos na tábua de impulsão, com esperança de que ela errasse ou não saltasse mais que eu. Para minha felicidade ela veio correndo e passou direto, não saltou. Nisso eu comecei a correr e gritar, chorar; os meninos pularam o alambrado, me abraçaram e choraram. Foi a prova mais emocionante da minha vida, não por ser olimpíada, mas pela disputa acirrada e pelo fato de eu não ser a favorita”, disse.
Donita passou por Valadares e guarda com carinho as lembranças da cidade. “Os melhores momentos da minha carreira de atleta foram vividos morando em Valadares, treinando com Dângelo Salomão. Sou muito grata a ele. Também me graduei em Educação Física pela Univale, a qual tenho muito a agradecer. Fui patrocinada pela instituição por 4 anos.”

Donita cita o atletismo como parte fundamental da sua vida. “O atletismo está abaixo de Deus e da família. Mas o atletismo me ensinou a ter disciplina (assim como qualquer outro esporte), a ser dedicada, determinada e me ajudou na escolha da minha profissão. Eu amo o atletismo! Também viajo bastante, se não fosse pelo esporte não teria conhecido 13 países e não teria tantas amizades mundo afora”, finalizou.