Famílias que vivem perto da BR-116 tentam estender prazo para sair
Prazo de dois meses concedido anteriormente pelo DNIT venceu em julho. Pelo menos 100 famílias moram no perímetro urbano da BR, em Valadares.
As famílias que moram próximas à BR-116, em Governador Valadares (MG), tentam junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) uma prorrogação no prazo dado pelo órgão para que elas deixem o local.
O processo corre na Justiça desde 2004, mas as famílias só começaram a ser notificadas em maio de 2015. O prazo para a desocupação dado pelo Dnit foi de até 60 dias, sob pena de multa diária de até 500 reais. Pelo menos 100 famílias moram no perímetro urbano da rodovia. A desocupação deve ser feita em um trecho de 32 quilômetros.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Planalto, Valdeci Barcellos, tenta prorrogar o prazo e também saber para onde as famílias podem ir.
“Aqui tem pessoas que moram no local há 30 anos ou mais. Todos pagam água e luz, mas não têm a escritura, porque o local foi ocupado. O fato de ter que sair a qualquer momento traz muita insegurança. A nossa preocupação é saber para onde as famílias vão”, afirma Valdeci Barcellos.
O advogado Elias Souto, que acompanha o caso, também é o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Governador Valadares. Ele programou uma viagem a Belo Horizonte para tentar uma negociação junto ao Dnit, e prorrogar o prazo para a desocupação.
Em nota, a Prefeitura de Valadares informou que até o momento o Departamento de Habitação do município não foi procurado pelas famílias. Para que elas consigam um imóvel, um estudo precisa ser feito para identificar a situação dos moradores.
Segundo a Prefeitura, atualmente, cinco mil famílias estão cadastradas no programa, e é preciso respeitar o processo e a prioridade. “É preciso saber se as famílias que ocuparam irregularmente a área de responsabilidade do Dnit se enquadram nas exigências do programa”, informa a nota.