Trecho da BR-381 é ocupado por trabalhadores que protestam por falta de pagamento
São empresários e funcionários contratados para realizar obras nos lotes 1 e 2 na BR-381, entre Ipatinga e Governador Valadares
Empresários e funcionários contratados para realizar obras nos lotes 1 e 2 na BR-381, entre Ipatinga e Governador Valadares, bloquearam a rodovia na manhã desta quarta-feira (15). Eles alegam falta de pagamento por parte do consórcio Isolux/Engevix. O valor a ser pago seria de R$ 20 milhões, segundo os manifestantes. As duas pistas foram bloqueadas.
Segundo o empresário, André Ribeiro, desde julho de 2013, quando as obras foram iniciadas, cerca de 30 empresas não receberam os repasses financeiros feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) à empresa Isolux. De acordo com ele, aproximadamente 2.500 trabalhadores estão prejudicados com a falta do repasse.
"De um ano de prestação de serviço nós recebemos apenas um mês de pagamento. No ano passado nós paralisamos as atividades e reunimos com a Isolux. Ficou combinado que o consórsio pagaria os débitos anteriores em quatro parcelas, e que mediante o primeiro pagamento voltaríamos ao trabalho. Somente uma parcela foi paga e a situação perdura até o momento", disse André Ribeiro.
O empresário conta que as demais empresas que venceram a licitação, e também estão responsáveis por outros lotes da duplicação da BR-381, continuam com as obras.
"Se olharmos as outras empreiteiras que estão trabalhando nos outros trechos da duplicação, eles estão trabalhando a todo vapor, não pararam nenhuma vez. Por isso acreditamos que o problema não está na falta de pagamento do Dnit, e sim com Isolux", diz.
O bombeiro hidráulico, Milton Lousada, disse que está sem emprego desde outubro do ano passado. O manifestante conta que foi convidado por uma das empresas subcontratadas pelo consórcio para prestar serviços nas obras da BR-381, e que devido ao atraso do pagamento não conseguiu ser admitido.
"Saí do meu emprego com a esperança de começar algo novo. Entrei para trabalhar em uma das empresas contratadas pela Isolux, montamos uma equipe, só que nunca fomos contratados. Os proprietários alegam que não receberam a verba para continuar as obras. Estou desempregado e assustado, já que sou um pai de família e não vejo perspectiva alguma de retornar ao trabalho", conta.
A Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo trecho, não esteve no local. Os manifestantes informaram que o congestionamento para quem seguia de Governador Valadares chegou a 15 km. Já para os motoristas, que seguiam sentindo a Ipatinga, disseram que o congestionamento foi de 3 km.
O Dnit informou por meio de nota que a alegação de atraso nos pagamentos dos serviços já realizados, por parte da Isolux, é inaceitável, uma vez que os pagamentos estão em dia. O DNIT considera irreal o motivo alegado pela empreiteira, para justificar a inércia nos trabalhos.
Fotos: G1