Andando pelos cantões do Brasil e principalmente pelo Vale do Jequitinhonha, mais precisamente em Almenara, observo que vai demorar muito um desenvolvimento maior. A omissão com a Cultura e a Educação é enorme, aí acrescento também o Esporte.

Não é possível a juventude ascender sonhos maiores, sem receber das autoridades públicas apoios nesses setores. A cada momento a situação dos jovens piora, pois sem atividades que realmente lhe dê qualidade de vida, o risco de caírem nas malhas das drogas e da delinquência é assustador! Se aqui na “Cidade Grande” a coisa tá feia, fico imaginando como esta numa cidade onde os casos de desvios de verbas públicas, prefeitos denunciados e condenados, ex-prefeitos proibidos de concorrer a cargo público, por não ter tratado os cofres de sua cidade com o respeito e lisura que merecem.

Podemos estender aos parlamentares municipais que não apresentam nenhum projeto onde a Educação, Cultura e Esporte possam ser beneficiados e que ficam brigando (alguns em causa própria) de como podem rifar um espaço pertencente a uma Escola Estadual! Gente envolvida com a construção civil e que enxerga apenas o lucro que podem obter, sem a menor preocupação com a população! Tentativas de censurar as informações do que acontece lá dentro e até durante as seções. Preconceitos, cerceamentos e inutilidades gastos com os impostos pagos pelo contribuinte.

Essa semana eu conversei com o professor de caratê Maico Millard, que se mostrava extremamente desolado com tantos esforços em vão.  O professor com anos de dedicação no ensino da Arte de autodefesa japonesa disse-me que já pensou até em desistir, tamanha é a frustração com a falta de apoio, porém, pensando nos jovens que acreditam nele como formador de caráter continua sempre adiante. E assim tantos outros que se dedicam em ministrar com doutrina e o respeito ao próximo, lutam contra o inimigo praticamente invencível: o descaso do poder público.

Até os empresários poderiam impulsionar projetos educacionais, culturais e esportivos. Tirando um pouco do lucro e patrocinando eventos desses segmentos. Assim movimentariam a cidade com feiras, exposições, torneios e campeonatos. Mas para que isso aconteça precisa-se de vontade e ter consciência social.

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Ps. Eu dedico essa crônica além do professor Maico Millardi, às educadoras que a cada dia “matam” um leão: Daiana Araújo, Ivone, Rosilmar, Patrist, Rosimary, Ausdemir, Vilma Ferraz, Adriana Silva Fernandes e a tantos outros defensores da Educação, da Cultura e do Esporte. 

Guará Matos.