Presidente da Fhemig garante funcionamento do Hospital Infantil João Paulo II
Ao lado do diretor do Hospital Infantil João Paulo II, Luís Fernando de Carvalho, Nahas também anunciou autorização de concurso público para contratação de médicos
O presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Jorge Nahas, afirmou em coletiva, nesta terça-feira (7/7), que o Hospital Infantil João Paulo II não fechará o setor de urgência e emergência. Nahas afirmou que essa garantia foi dada pelo governador Fernando Pimentel. Na mesma entrevista, o presidente da Fhemig anunciou que a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) autorizou a realização de concurso público para a contratação de médicos.
Ao lado do diretor do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), Luís Fernando Andrade de Carvalho, Nahas deu a entrevista para esclarecer as informações publicadas recentemente de que a unidade fecharia as portas no mês de agosto, possivelmente gerada pela aproximação da aposentadoria de outros servidores, que deixariam o quadro de pediatras com um déficit ainda maior.
Segundo Nahas, o hospital não corre o menor risco de fechamento, nem mesmo do setor de urgência e emergência. “O HIJPII permanece cumprindo a sua principal função que é do atendimento a crianças com doenças raras e complexas, além de continuar servindo de retaguarda das UPA’s e do Samu e das Unidades Básicas da Saúde das regiões Centro-Sul e Leste de Belo Horizonte. O que está havendo é uma dificuldade na prestação de atendimento à procura direta, aquela que chega ao hospital não referenciada e que, em sua imensa maioria, é composta por pacientes menos graves”, afirma.
O presidente da Fhemig explicou ainda que a dificuldade nesse tipo de atendimento foi gerada por diversas causas. Uma delas é a aposentadoria e a exoneração de 61 pediatras desde 2008. Vagas que não foram suficientemente ocupadas com a realização do último concurso, em 2013. Além disso, a falta de pediatras em todo o país também seria um importante fator.
Até o momento, o déficit de profissionais pediátricos vinha sendo suprido com algumas medidas emergenciais, como abertura do processo seletivo simplificado e plantões extras dos profissionais que já trabalham lá. “A medida funcionou bem durante um tempo, mas é um mecanismo que já está se esgotando. A grande dificuldade é que a Fhemig só pode contratar por meio de concurso público e processo seletivo simplificado, que é demorado. Esse processo está aberto desde fevereiro e não há nenhuma procura”, explica Nahas.
“Chegamos em um momento, que tivemos que fazer escolhas: ou fecharíamos leitos de internação ou reduziríamos o número de atendimentos do pronto-atendimento”, afirma o diretor do HIJPII.
Solução
De acordo com o presidente da Fhemig, foram recebidas instruções, hoje, do secretário de Estado de Saúde e do próprio governador, Fernando Pimentel, afirmando que todas as medidas emergenciais necessárias serão tomadas pela Secretaria de Estado Saúde (SES-MG) e pelo gabinete do governador, entre elas a autorização de emergência de contratação de médicos mediante o contrato de autônomo. Além disso, ele afirmou ter contatado uma equipe de médicos que já vinha dando os plantões. “Acreditamos que essas medidas serão suficientes para não haver nenhuma interrupção da porta de entrada direta”, afirma.
Concurso
O presidente Jorge Nahas aproveitou a oportunidade para anunciar a autorização da Seplag para a realização de um concurso público para médicos pediatras. “Com a autorização ficamos com uma cobertura legal maior para contratar profissionais autônomos e suprirmos as necessidades a curto prazo”, conclui.
Sobre o hospital
O Hospital Infantil João Paulo II é o único hospital do SUS da Região Metropolitana de Belo Horizonte exclusivamente pediátrico. Tem a maior retaguarda de internação pediátrica do Estado de MG, com 157 leitos, sendo referência para todo o Estado na assistência a casos complexos. O hospital realiza em média:
• 40 mil consultas por ano no setor de urgência e emergência;
• 5 mil internações por ano (até 2009 realizava entre 8 e 9 mil internações), com média de permanência de 7,44 dias (até 2008 era entre 4 e 5 dias);
• 23 mil consultas ambulatoriais especializadas nas linhas de cuidado de programas como Fibrose Cística, Doenças Neuromusculares, Alergia Alimentar, atenção integrada de pacientes gastrostomizados e de pacientes traqueostomizados, Autismo, Paralisia Cerebral, Síndrome Nefrótica, Diabetes, Mucopolissacaridose, entre outros. Atendimentos nas seguintes especialidades: endoscopia, gastroenterologia, broncoscopia, pneumologia, neurologia, nefrologia, cardiologia, endocrinologia, hematologia, reumatologia, dermatologia, psiquiatria e genética.
• Acompanhamos em domicilio mais de 40 pacientes em ventilação mecânica invasiva e não invasiva e mais de 80 crianças com doença neuromusculares acompanhadas ambulatorialmente.