Conter a crise hídrica e desenhar um futuro melhor para o o uso da água requer ações e esforços concentrados, com participação de entidades privadas e públicas, e também de todas as secretarias e órgãos de governo. Esta foi a visão consensual exposta durante a audiência pública sobre o tema realizada na manhã desta quarta-feira (1º/7/15) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Proposta pelos deputados Antônio Carlos Arantes (PSDB), Doutor Jean Freire (PT), Fred Costa (PEN) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB), a audiência reuniu as Comissões de Minas e Energia, Extraordinária das Águas e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para debater a utilização dos recursos hídricos pela indústria e para fins de abastecimento público. Além do consenso sobre a união de forças, os participantes da reunião também defenderam a necessidade de se trabalhar por uma profunda mudança de postura da sociedade no que tange à utilização dos recursos naturais.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio Souza Cruz, destacou os desafios da pasta que, segundo ele, há anos vinha atuando apenas com “mecanismos de comando e controle”. Para ele, o primeiro passo é reverter essa lógica, de modo a trabalhar de maneira integrada com outras secretarias e órgãos do governo. O secretário ressaltou sua preocupação em recompor a equipe da sua pasta e afirmou que enviará à a ALMG uma proposta de reestruturação do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema).

Sávio Souza Cruz criticou, ainda, o modelo de gestão da Copasa e sua subsidiária Copanor. “Dividir lucros com acionistas pode até funcionar na Suíça, mas aqui, onde há regiões tão carentes como o semiárido, esses lucros deveriam ser aplicados para garantir o bem da população. Por isso, é preciso repensar esse modelo”, defendeu.

Os representantes da Copasa e da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (Arsae-MG), respectivamente Gilson Queirós e Gustavo Gusmão, creditaram a atual crise hídrica à falta de planejamento em anos anteriores, destacando a necessidade de se investir em planos futuros e em transparência. Para ambos, é essencial que a população esteja ciente da realidade e seja convocada a participar do esforço pela economia de água.