A fim de evitar a possível interdição do principal acesso à cidade de Coronel Murta (Vale do Jequitinhonha), a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoveu, nesta sexta-feira (26/6/15), uma reunião para entendimentos entre o poder público e empresas de mineração de granito do município. A principal conclusão foi uma sugestão dos deputados para que se limite a passagem de carretas na ponte sobre o Rio Jequitinhonha, que fica na entrada da cidade.

O temor da população de Coronel Murta é de que se repita ali o transtorno ocorrido no município de Almenara, também no Vale do Jequitinhonha, onde a ponte que dá acesso à cidade foi totalmente interditada por três meses, a partir de janeiro de 2015. Um dos pilares de sustentação da ponte foi danificado após a passagem simultânea de duas carretas bi-trem, cada uma delas com dois blocos de granito que pesam dezenas de toneladas.

Os problemas gerados pela interdição foram resumidos pelo comandante da 15ª Região da Polícia Militar, coronel Aroldo Pinheiro de Araújo. "Com a interdição, o município de Almenara passou a arrecadar muito menos, cresceu o desemprego, a prefeitura chegou a não ter condição de pagar aluguéis de alguns imóveis", afirmou. Para amenizar o problema, a Polícia Militar montou um serviço de transbordo, por meio de barcos, e depois uma ponte móvel para pedestres, ciclistas e motociclistas.

Assim como a ponte de Almenara, a ponte de Coronel Murta foi construída na década de 60, época em que não havia carretas de grande porte. De acordo com o coordenador regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), João Pereira dos Santos, uma vistoria realizada há dez dias estimou que a ponte de Coronel Murta pode suportar 24 toneladas entre suas vigas. Possivelmente haveria uma margem de segurança, mas não é possível saber a capacidade projetada, uma vez que os projetos originais não foram encontrados, segundo ele.