O adolescente que foi filmado agredindo uma professora na biblioteca da escola em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, não conseguiu vaga para internação no Cepai (Centro Psíquico da Adolescência e Infância), em Santa Efigênia, na região leste de Belo Horizonte.

O jovem de 14 anos foi medicado e liberado para voltar para casa. Ele e a professora vão ser transferidos da Escola Estadual Dom Jose de Haas.

O pai do garoto, Juarez Gomes Caldeira, de 51 anos, explicou na quinta-feira (28) que o médico não viu motivos para a internação e alegou falta de vagas.

— O médico achou que não precisava, que ele pode ser medicado em casa e receber acompanhamento. Eu discordei, eu conheço meu filho. Agora vamos levá-lo nas consultas no Caps (Centro de Assistência Psicossocial) em Araçuaí mesmo.

Caldeira reclama das agressões verbais que ele e o filho sofreram com a divulgação do vídeo, que mostra o momento em que o estudante provoca a professora, fala palavrões e chega a tocar nas partes íntimas da educadora.

— Ele errou com a professora e tem que ser punido. Mas não do jeito que os internautas fizeram comigo e com meu filho.

Pai e filho ficaram um dia na casa alugada pela prefeitura para moradores de Araçuaí que vêm a BH e não possuem condições para pagar hotel. Caldeira, que é separado, afirma que vai fazer o acompanhamento periódico indicado pelo Caps e acusa a ex-companheira de não levar o adolescente nas consultas.

O pai do garoto conta que o menino sofre de TDAH-um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

De acordo com o pai, o menino , que mora atualmente com a mãe, está sem acesso à escola, a projetos sociais e não está recebendo a medicação que necessita. Por conta disso, o menino está causando sérios problemas e colocando a vida de outras pessoas em risco.

“ Ele já tentou me matar, matar uma outra criança e um homem, quando estava surtado. Tive de acionar a polícia militar”, lembra o pai.

Juarez Gomes lembra que quando se divorciou, ele ganhou a guarda do filho,. Mas, como ficou sem condições financeiras de cuidar do garoto, a mãe assumiu a responsabilidade da guarda.