Referência em saúde no Jequitinhonha, Itaobim tem problemas
Comissão de Saúde realiza audiência no município, que conta com Samu e serviço de hemodiálise.
Mesmo sendo referência no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Vale do Jequitinhonha, Itaobim ainda apresenta vários gargalos nos serviços prestados nessa área. Assim pode ser resumida a situação da saúde do município, que sediou, na manhã desta quinta-feira (28/5/15), audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião foi solicitada pelos deputados Doutor Jean Freire (PT), natural da cidade, e Doutor Wilson Batista (PSD).
Jalvanice Lopes, diretora clínica do Hospital Vale do Jequitinhonha, em Itaobim, destacou que um dos orgulhos da cidade foi ter conseguido trazer o Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a região. "Quando veio o Samu, há cerca de três anos, foi um alívio para nós", comemorou. Ela destacou que o serviço foi desenhado de modo diferente para a região, uma vez que originalmente, só era instalado em municípios de médio ou grande porte.
A vereadora de Itaobim Maflávia Ferreira acrescentou que a obtenção do Samu só foi possível porque os operadores da saúde e as autoridades do município, com o apoio da população, se mobilizaram. "Nós, aqui em Itaobim, fizemos a discussão da política de saúde local e regional", afirmou ela, que foi secretária de Saúde do município por vários anos. Com base nesse projeto apresentado ao Governo Federal, foi instalado o Samu na cidade, para atender a toda a região.
Óbito - A secretária de Saúde de Berilo (Jequitinhonha), Maria Aparecida dos Santos, lembrou que a instalação do Samu, "resultado de uma luta longa e sofrida", foi um ganho para a região, mas precisa ser melhorado. "Todos os municípios da região estão tendo problemas. Em Berilo, das cinco ambulâncias usadas, três estão quebradas. Por isso, um paciente de lá morreu porque o serviço não chegou a tempo", lamentou.
A vereadora Maflávia destacou ainda o espírito de luta da comunidade local, que se organizou e conseguiu implantar também o serviço de hemodiálise em Itaobim. "Chegamos a conclusão de que poderíamos ter uma hemodiálise aqui, apesar de a norma dizer que esse serviço só deveria ser instalado em municípios com mais de 170 mil habitantes. Levantamos os dados dos municípios da região e chegamos ao número de 450 mil habitantes necessitando da hemodiálise", relatou.