A Vigilância Sanitária de Timóteo (MG) interditou nessa terça-feira (26), uma funerária após a família de um morto denunciar uso incorreto na preparação do corpo.

A denúncia foi feita pelos familiares de Joaquim Henrique da Silva, de 83 anos, que morreu há poucos dias em decorrência de problemas respiratórios. Mesmo interditada, nesta quarta-feira pela manhã o lacre de interdição foi violado e o proprietário abriu as portas do estabelecimento.

A gerente da Vigilância em Saúde de Timóteo, Eunice Silva Silveira, explicou que o possível procedimento ilegal realizada na funerária é a tanatopraxia, que é a retirada de sangue do corpo, ou aplicação de formol para preservação do corpo.

Eunice Silva disse que a Vigilância Sanitária encontrou alguns produtos que dão indícios que o procedimento estava sendo realizado, além do local funcionar sem o alvará de funcionamento e sem o alvará sanitário.

A viúva Maria das Graças conta que nunca vai esquecer o que viu na funerária. "O funcionário disse que um médico ia aplicar uma injeção no meu esposo, e quando eu voltei, ele mesmo tinha feito um corte no pescoço dele, e já tinha muito sangue escorrendo. Fiquei assustada e revoltada. Ele disse que o médico autorizou o processo. Minutos depois, o tal médico chegou e confirmou que o procedimento era normal e não tinha problema”, declarou.

Nesta quarta-feira a Vigilância Sanitária esteve no local e notificou a funerária. “Fizemos o alto de infração, lacramos novamente o estabelecimento. Caso eles abram novamente sem a autorização, a autoridade sanitária do município pode dar voz de prisão ao proprietário”, pontuou.

A família revelou que pretende processar a funerária. A redação do G1 tentou contato com a funerária, mas o proprietário não foi localizado para comentar o assunto.