Araçuaí: Veja o vídeo que chocou o Vale do Jequitinhonha
Filho de pais separados, o aluno de 14 anos tem problemas neurológicos e já passou por tratamento especializado.O pai diz que sofre com o problema do filho e pede ajuda das autoridades para tratá-lo.
Um vídeo de 1 minuto e 32 segundos, postado nas redes sociais e no youtube , mostrando um aluno de 14 anos, de um escola estadual em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha, agredindo uma professora com tapa, gestos e palavras obscenas já chegou a mais de 3 milhões de acesso na sexta-feira (22) e está provocando revolta e indignação em todo país e até fora do Brasil.
As imagens produzidas por um celular de colegas do adolescente foram feitas no dia 10 de abril mas somente agora se tornaram públicas.
As agressões ocorreram na biblioteca da escola e durante toda a filmagem é possível ouvir gargalhadas diante da humilhação a que a professora foi submetida. Tudo indica que os risos são de crianças .
Em um primeiro momento, o estudante dá tapas nas nádegas da professora e indaga se ela não tinha homem. A professora tenta manter a calma e pede respeito ao aluno.
Ele continua as provocações e derruba os livros que ela recolhia para guardar em um armário e a obriga a apanha-los do chão.
Não vai pegar? Pega agora p...” diz o aluno.
A professora continua com as tarefas de recolher os livros, enquanto o estudante a persegue e pergunta se ela já tomou tapa na cara.
A professora fica em silêncio e ele derruba mais uma vez os livros que haviam sido recolhidos por ela.
Não vai falar? Indaga ele. A professora pede licença para continuar o trabalho mas o adolescente insiste nas provocações e pede que a professora bata na cara dele.
A professora insiste em pedir licença para que o aluno possa deixa-la trabalhar. Neste momento ele dá um tapa na cara dela que tenta se defender. Para finalizar, ele cola na professora, se vira de costas e dá uma espécie de golpe com as nádegas na região cervical dela.
Indignação
As imagens estão provocando revolta nos internautas. “ Esse tipo de aluno não deveria ter direito de entrar dentro das escolas . Se fosse igual antigamente que os professores davam aulas com uma vara do lado , hoje não estaria do jeito que está”, comentou Eroni Sousa Santos, de Araçuai.
“Tem que repercutir mesmo. Independente do desfecho, se ele já foi punido ou não. As pessoas tem que saber a humilhação que os professores passam, e se ninguém tivesse filmado? Seria só mais uma denúncia, só mais uma professora que foi humilhada, e Pronto”, postou Lucimara Negreiros.
“Eu me pergunto: e o que deu pra esse muleque? Sera que só ficou por isso mesmo? E os outros que filmaram? Que também apoiaram e deram risada de uma coisa tão absurda..”, indaga Hiago Matos.
As agressões ocorreram na biblioteca da Escola Estadual Dom José de Haas
ESCOLA SE PRONUNCIA
A professora Silvana da Cunha Melo, vice- diretora da escola disse que está revoltada e indignada e espera que o Ministério Público tome uma decisão. “ Não podemos expulsar o aluno”, disse ela, acrescentando que o menor não está frequentando as aulas e que o caso já foi encaminhado à Superintendência Regional de Ensino.
“ Tudo ocorreu em meu turno. Fiquei sabendo através dos alunos que a professora havia sofrido a agressão. Ela não me disse nada. A escola está dando a ela todo o apoio. Através de um aluno, conseguimos as imagens que entregamos à polícia e registramos a ocorrência.
“Comunicamos o caso aos pais do aluno e ao Conselho Tutelar. Eles não compareceram à uma reunião que convocamos no dia 23 de abril com o colegiado e direção da escola. Somente o colegiado compareceu”, lamentou Silvana Melo.
MENINO PROBLEMA
O pai do menor, que é separado,e está atualmente com 51 anos e desempregado, diz que desde o ano passado, percorre corredores do Ministério Público, da prefeitura municipal e do Conselho Tutelar de Araçuai, em busca de tratamento e internação para o garoto, que sofre de TDAH-um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
De acordo com o pai, o garoto, que mora atualmente com a mãe, está sem acesso à escola, a projetos sociais e não está recebendo a medicação que necessita. Por conta disso, o menino está causando sérios problemas e colocando a vida de outras pessoas em risco.
“Ele só fala em matar. Ele já tentou me matar, matar uma outra criança e um homem, quando estava surtado. Tive de acionar a polícia militar”, contou o pai em uma entrevista à imprensa em junho do ano passado.
A promotora da Vara da Infância e Juventude nem a Superintendente Regional de Educação, foram localizadas para comentar o assunto e a repercussão do caso.
A família da professora, que continua trabalhando normalmente, disse que ela está chocada com a repercussão do caso mas que, por enquanto ela prefere não se pronunciar. " Vamos aguardar a decisão da Justiça", disse uma tia.