A chuva que atingiu Almenara na tarde de ontem, 7 de abril de 2015, causou inúmeros transtornos, prejuízos e muita indignação a moradores de vários bairros da cidade. O aguaceiro, como das outras vezes, abrangeu as partes mais baixas da cidade, uma vez que a ocupação desordenada, sem planejamento, aliado a escassez de investimentos por parte do Poder Público, tem como resultado o caos e muita lama. Nesta manhã de 8 de abril, por exemplo, ao visitar o bairro Pedro Gomes, precisamente na Rua Antônio José Santana, num beco improvisado, muito alagadiço, para dar acesso à residência da Sra. Djalva Pereira Alves, foi difícil chegar à casa dela, quase em ruínas.

As ruas no entorno do bairro Pedro Gomes se transformaram num verdadeiro caos, assim como descreveu Dona Djalva, muito indignada com a situação em que vive, reclamando de forma veemente do Poder Público Municipal, por não contemplá-la com uma residência do Programa Minha Casa Minha Vida, ou outro, para que ganhe cidadania. Diante de vários medicamentos, receituários diversos, procedimentos médicos, Dona Djalva era só revolta, a contar que há muito não é atendida de forma razoável pela Secretaria Municipal de Saúde de Almenara e também pela Secretaria Municipal de Assistência Social. 

Dona Djalva, junto com o esposo Santo, e uma neta, percorre os dois cômodos da casa, e o entorno da casa quase em ruínas por causa da água que a invadiu, mostrando o quanto aquela área é perigosa, embora já tenha feito vários e fervorosos apelos para a Prefeitura de Almenara. Ela também reclamou da falta de medicamentos e tratamentos adequados para várias doenças, entre elas, diabetes, cegueira, dores profundas nas pernas, além de problemas de saúde gravíssimos, pelos médicos ainda não diagnosticados. 
Em meio a tanta lama, água de esgoto e outros objetos, lá está a casa de Dona Djalva, se assim pode chamar uma residência, numa área onde o perigo é constante a cada gota de chuva, onde os investimentos governamentais são utopia, e Almenara, a exemplo de todo o Vale, é só promessas, onde o quase nada parece muito, onde o Jequitinhonha se completa no estigmatizado codinome “O VALE DA MISÉRIA”. Em pleno século 21, onde o homem já pousa num cometa a centenas de bilhões de quilômetros da terra, nós, seres humanos, inteligentes, perversos e incapazes, não sabemos tratar com dignidade nossos irmãos. 

Cidadania é a chave que falta nesse Brasil de tanta riqueza, mas ao mesmo tempo de tanta injustiça. Dona Djalva é mais uma brasileira que clama por cidadania, mas de verdade mesmo, contida na Constituição de 1988, que dá direito a todo Cidadão e Cidadã desse País de ter Moradia, Segurança, Saúde e Educação, entre outros direitos, para que essa Nação seja de fatos verdadeiros, e não de mentiras. 

A propósito, enquanto apadrinhados políticos conseguem suas moradias, Dona Djalva, uma cidadã de pureza de alma, lança suas lágrimas nesse mar de injustiça, a cobrar coisas básicas para viver. Almenara, Minas Gerais, 8 de abril de 2015. Aqui deve começar uma missão solidária, mesmo que tardia, a favor de uma mulher que quer apenas um lugar digno para viver: DJALVA PEREIRA ALVES, que naquele turbilhão de problemas, de falta de moradia digna e medicamento, diz que gostaria de conhecer Rodrigo Faro, e dele receber a solidariedade que o apresentador já ofertou a tantos necessitados, porque não espera mais nada do Poder Público de Almenara, por já ter feito tantos apelos e nunca ser atendida.