Homem devolve celular perdido e acaba ganhando um emprego
Para muitos, iniciar o ano com o pé direito é um desejo que justifica superstições diversas, como vestir branco na virada ou comer romã. Mas a oportunidade de começar 2015 de um modo mais feliz pode ser obra do acaso, conforme mostra uma história ocorrida em Brasília. No último fim de semana de 2014, a perda de um telefone celular acabou por fazer um empresário e um morador de rua se alegrarem com o valor da solidariedade. Leonardo recuperou o seu aparelho e — o mais importante — a esperança na bondade das pessoas, e Gustavo ganhou uma perspectiva de futuro melhor para ele e os filhos.
O empresário Leonardo Buzzi, 41 anos, perdeu um celular no estacionamento do Centro Comercial Gilberto Salomão, no Lago Sul. Sem perceber, deixou o telefone cair ao sair do carro para ir ao banco. Quatro horas depois, após conseguir contato com Gustavo, o homem que havia achado o aparelho, Leonardo recebeu o objeto de volta e ficou impressionado com o caráter da pessoa à sua frente, decidida a não aceitar recompensa em dinheiro. Ao fim da conversa, animado com a chance de retribuir a bondade, o empresário fez uma oferta de trabalho a Gustavo. Com isso, o ano- novo do morador de rua deve ser melhor que o Natal.
Descobrir o paradeiro do telefone exigiu paciência. “Só fui me dar conta de que havia perdido o celular horas depois. Comecei a ligar para o meu número, e sempre caía na caixa-postal. Lembrei que o aparelho estava com a bateria fraca e achei melhor esperar um pouco”, conta Leonardo.
Após um tempo, Leonardo tentou novamente. Gustavo atendeu a ligação e disse ter encontrado o objeto. “Ele (Gustavo) estava andando no estacionamento, viu o celular e ficou esperando alguém voltar para buscar. Depois, pediu um carregador emprestado em uma loja e recarregou o aparelho para que pudessem ligar”, continua o empresário. Quando Leonardo perguntou onde o rapaz morava para que pudesse ir ao seu encontro, ouviu uma resposta envergonhada: “Ele disse que morava na rua, e foi aí que começou a minha surpresa”.
Durante a conversa, Gustavo deixou escapar que passar o Natal sozinho, na rua, foi um dos piores momentos vividos por ele. “Foi quando eu me lembrei que estava organizando uma festa de fim de ano e o chamei para trabalhar comigo na montagem do evento”, detalha Leonardo, dono de um restaurante no Pontão do Lago Sul.