Minas Gerais vai receber 27 dos 400 médicos que irão atuar no país na primeira etapa do Mais Médicos, do governo federal. Eles irão para 23 cidades que não foram selecionadas pelos demais profissionais participantes do programa. Como mostrou reportagem de O TEMPO na semana passada, a maior parte desses municípios está concentrada nas regiões Norte e Central do Estado, localidades em que 20% da população é considerada extremamente pobre.

EtapaA segunda rodada de inscrições do Mais Médicos teve um número de adesão menor do que a primeira etapa. Enquanto o primeiro mês atraiu o interesse de 18.450 profissionais, que fizeram a pré-inscrição, essa segunda rodada foi procurada por 3.016 médicos – 1.602 com atuação no exterior. Outros novos 514 municípios se inscreveram, pedindo mais 1.165 médicos pelo programa. Em Minas, 52 novas prefeituras desejam participar do plano.

15 processos
O médico e ex-deputado federal Carlos Jorge Cury Mansilla responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas e mesmo assim foi selecionado. Ele vai atuar em Águas Lindas de Goiás (DF). Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o governo já acionou o Conselho Federal de Medicina para se informar sobre o caso. “Mas ele só foi aprovado porque o registro está ativo no conselho.”

Atestado para licença
Antes de realizar seu primeiro atendimento no Recife, a médica alagoana Adeisa Toledo Lyra apresentou um atestado médico e vai ficar afastada por até 15 dias. Ela, que havia dito que queria ser transferida para Alagoas para cuidar da mãe doente, informou ter dores na coluna para pedir o afastamento. Ontem, o ministro Alexandre Padilha disse que a transferência da médica está sendo analisada.

Acompanhamento
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estabeleceu um grupo para monitorar, avaliar e apoiar tecnicamente os cubanos que estão no Brasil para o Mais Médicos. A equipe terá a participação de 22 médicos especialistas na área, que ficarão sediados no Brasil. A avaliação do programa é uma das atividades previstas no termo de cooperação assinado pela Opas com o Ministério da Saúde brasileiro.

Perversidade
Durante anúncio do balanço da segunda etapa do Mais Médicos, o ministro Alexandre Padilha afirmou que a baixa adesão dos profissionais indica que é correto o caminho do Brasil de buscar profissionais no exterior. Segundo ele, além do acordo com Cuba, outros países já estão sendo procurados. Ele afirmou que qualquer possibilidade de “boicote” ao programa é “perversidade inimaginável”.