Igreja D’Ajuda – uma das construções mais antigas de Almenara
Economista Evandro Miranda (*)
Decidi publicar algumas matérias sobre as construções, que tem valor histórico e urbanístico para Almenara. Inicio com a Igreja de Nossa Senhora D' Ajuda. Valho-me de duas fotos publicadas no blog do Dr. Julio Mares.
A Igreja D'Ajuda foi Matriz Provisória até o final da década de cinquenta. É uma das edificações, ainda em pé, mais antigas de Almenara. Foi construída pelo Capitão Fulgêncio Nogueira e sua esposa Dona Brasilina.
Foi inaugurada por ocasião da criação da Paróquia de São João Batista, em 1913, quando o Padre João de Paula Souza foi nomeado o seu primeiro Vigário. O ato de elevação canônica da paróquia ocorreu durante a visita pastoral de Dom Antônio Pimenta, o primeiro Bispo da Diocese de Montes Claros, criada em 1910.
Antes disto, São João da Vigia era uma Capela Filial da Freguesia (ou paróquia) de São Sebastião do Salto Grande, pertencente à Diocese de Diamantina. Nomeado Vigário dessa última paróquia em 1896, o Padre João, no entanto, optou por fixar residência no Distrito de Vigia.
Por oportuno, o referido prelado erigiu a primeira igreja do lugar no centro do antigo Largo da Matriz – uma construção em taipa, ao estilo prevalecente até o inicio do século XX. Foi consagrada ao padroeiro São João Batista.
O pioneiro Vigário construiu também várias casas em Vigia, imbuído da necessidade de consolidação do localidade (elevada a distrito em 1887), que ele havia escolhido para viver e onde exercia sua missão sacerdotal.
O Padre João de Paula Souza esteve à frente da comunidade católica vigiense pelo largo período de 24 anos. Faleceu em 26-02-1920, tendo sido sepultado no Cemitério Paroquial (o primeiro do lugar), localizado em frente à histórica igrejinha D'Ajuda.
Trago estes fatos ao conhecimento das novas gerações, buscando resgatar a memória histórica de Almenara. Faço-o não por saudosismo, mas consciente de que o conhecimento do passado é essencial para o fortalecimento da cidadania.
Por fim, chamo atenção para a necessidade de ações públicas voltadas à preservação do patrimônio artístico, histórico e cultural almenarense, que está se esgarçando com o passar do tempo. É preciso preservá-lo, antes que se acabe inteiramente. Isto é um tema mais de que atual.
(*) Bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia e Administração da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Pós-Graduado em Didática de Ensino Superior. É Analista Financeiro do SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados. Ex Coordenador-Geral da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1995-2009)