A professora morta com um tiro na cabeça nesta quarta-feira (3), em Elói Mendes (MG), estava em processo de separação do ex-companheiro desde fevereiro. Segundo a Polícia Civil, ela vinha sofrendo ameaças e chegou a passar por episódios de violência nos últimos tempos. O suspeito, que é tenente do Exército, foi preso, mas negou o crime.

Luciana Sodré Pereira Morais, de 50 anos, foi morta com um tiro na cabeça enquanto dormia. O principal suspeito do crime é G. M, de 52 anos, que é lotado na Escola de Sargento das Armas (EsSA).

 "A notícia preliminar que temos é que havia uma vida conturbada entre os dois no relacionamento. A vítima procurou na semana passada a Polícia Militar para trazer algumas informações nesse sentido", informou o delegado de Polícia Civil, Eduardo Braga.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, familiares e vizinhos disseram que a mulher já vinha sendo ameaçada pelo ex-marido, com quem estava em processo de separação desde fevereiro. No entanto, ela não tinha uma medida protetiva contra ele.

 Familiares disseram que, recentemente, Luciana foi amarrada e jogada no porta-malas de um carro por G, que a ameaçou com uma arma, dizendo que caso se separasse, ele iria matá-la.
Durante a ocorrência, um sargento da Polícia Militar também relatou que, na semana passada, Luciana procurou a PM e relatou que o ex-marido havia sumido com sua cachorra e que teria se escondido dentro de sua casa.

A mulher foi orientada pelos policiais e por vizinhos e familiares a prestar queixa e registrar um boletim de ocorrência, mas disse que não faria, pois estava com medo e não queria prejudicar a promoção do ex-companheiro, já que a renda familiar e os estudos do filho mais velho, que queria cursar medicina, dependiam disso.

A despedida de Luciana Sodré acontece no Cemitério Municipal de Elói Mendes. O sepultamento está previsto para as 9h desta quinta-feira (4).

 Professora dormia com um dos filhos

 Na hora do crime, a professora Luciana Sodré dormia com um dos filhos. Uma testemunha contou que ouviu um primeiro disparo e gritos e que, em seguida, ouviu um segundo disparo, e um silêncio.

Peritos da Polícia Civil constataram na cena do crime que um dos disparos acertou a cabeceira da cama e o outro, a cabeça da vítima.

O filho mais velho do casal afirmou para a polícia que o autor seria o pai, que estava em processo de separação com a mãe. Segundo o filho, o pai era bastante violento com a mãe, principalmente após a separação.

O filho ainda relatou que, após o crime, constatou que os aparelhos celulares dele e de seu irmão, foram escondidos, para que o socorro não fosse chamado.

Segundo o filho, o pai tinha a chave da residência e que, recentemente, entrou na casa e ficou escondido, sendo localizado por ele.

 Tenente foi visto na rua da residência

 Uma testemunha contou à polícia que o tenente do Exército foi visto por volta de 19h de terça-feira (2) próximo à residência com uma bolsa em mãos, reconhecida posteriormente.

 O tenente foi preso já em Três Corações, local onde fica a Escola de Sargentos das Armas, do Exército. Ele foi localizado em seu apartamento e negou o crime, mas ao apresentar divergências de informações, recebeu voz de prisão e foi levado para a delegacia.