Botijão de gás sobe R$ 27 no ano e chega a 10% do salário mínimo
Produto está custando, em média, R$ 111,80 na capital mineira; cilindro de 45 kg já vale R$ 410
Os moradores de Belo Horizonte já estão tendo que desembolsar cerca de R$ 111,80 pelo botijão de gás, valor que corresponde a 10% do salário mínimo atual, de R$ 1.100.
De acordo com pesquisa do site Mercado Mineiro, divulgada nesta segunda-feira (25), o produto, que custava em média R$ 84,81 em janeiro deste ano na capital mineira, registrou um aumento de R$ 26,99 no levantamento feito entre os dias 20 e 22 de outubro.
A alta é de 31,82%, bem maior que o índice oficial da inflação (IPCA) acumulado do ano, que ficou em 6,90% em setembro, na última divulgação pelo IBGE.O valor de R$ 111,80 corresponde à entrega do botijão na própria região. O consumidor que resolver buscar o gás de cozinha na própria distribuidora pagará um pouco menos, R$ 103,20, em média, segundo o Mercado Mineiro.
Já o cilindro de 45 kg está custando, em média, R$ 410,62, quando entregue na mesma região – alta de 19,81%, ou R$ 67,89, em relação à pesquisa de janeiro. Quando buscado na portaria, o valor do cilindro cai para R$ 402,73, preço que, no entanto, teve uma alta maior que o entregue: 22%, ou R$ 73,86, nos dez meses do ano.
A pesquisa do mercado mineiro foi realizada em 102 estabelecimentos da região metropolitana de Belo Horizonte.
Impacto na populaçãoSegundo o coordenador do Mercado Mineiro, o economista Feliciano Abreu, os aumentos no gás de cozinha causam um impacto significativo na população, principalmente a de baixa renda.
"A população sofre muito, porque o aumento no gás de cozinha atinge em cheio a população de baixa renda, que é aquela que mais faz comida dentro de casa, café da manhã pra muita gente que mora junto em casas menores", diz ele.
"O cilindro também – aumenta condomínio, o custo de uma padaria, de um restaurante. Tudo isso faz com que o consumidor tenha cada vez menos condições de ter dignidade dentro de casa", conclui.