Começou na manhã de quarta-feira (26), no Fórum Lafayette, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o julgamento do ex-estudante, hoje com 20 anos, suspeito de matar o colega Luiz Felipe, de 17 anos, em novembro de 2018 depois de uma discussão por uma partida de futebol no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), colégio tradicional da capital mineira. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado. A vítima foi agredida com chutes, socos e pontapés, e arremessada de uma escada nas dependências da escola. O adolescente permaneceu internado por seis dias no Hospital de Pronto Socorro (HPS) João XXIII, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.

Cerca de dois anos e seis meses depois do crime, o suspeito começa a ser julgado. Primeira testemunha a depor, a diretora do IEMG à época alegou que conhecia bem o rapaz que matou Luiz Felipe.

Ela relatou que o suspeito era aluno antigo da instituição, com histórico de problemas disciplinares – ela citou que ele faltava às aulas e intimidava os colegas.

Em relação à vítima, a diretora do colégio disse que não o conhecia bem pelo pouco tempo que o rapaz estudava no IEMG. Entretanto, ponderou que, pelo que se lembrava, tratava-se de um aluno “comportado e cortês”. O depoimento da diretora durou cerca de uma hora, e foi encerrado às 11h05, segundo a assessoria do Fórum Lafayette.

A segunda testemunha foi um colega de sala de Luiz Felipe, que depôs logo após a diretora. De acordo com ele, depois de acertar um chute na vítima, o suspeito desceu as escadas correndo, abaixou-se ao lado de Luiz e levou as mãos à cabeça.

Às 11h45 foi iniciado o depoimento de um amigo do suspeito, também aluno do colégio. Ele disse ter tentado proteger Luiz das agressões do amigo, que começaram na quadra do colégio. Essa testemunha reforçou o relato da anterior sobre os minutos que se sucederam às agressões; de acordo com ela, o suspeito pegou a vítima no colo antes dela ser socorrida e demonstrou arrependimento.

O responsável pelo crime, hoje com 20 anos, é acusado de homicídio duplamente qualificado.

 

Relembre

A briga que levou à morte de Luiz Felipe, de 17 anos, começou em uma partida de futebol na quadra do IEMG, no bairro funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a denúncia protocolada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), uma discussão entre o rapaz e o suspeito, à época com 18 anos, começou depois que a vítima aplicou um drible no colega. O mais velho e amigos dele passaram, então, a agredir Luiz Felipe. Ele tentou fugir, mas foi perseguido e derrubado com um chute nas costas. Com a força do golpe, o jovem caiu de uma escada no IEMG e sofreu uma forte pancada na cabeça. Socorrido, ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do João XXIII, e depois de seis dias, morreu. A autópsia indicou óbito por traumatismo crânio-encefálico.

À época, a advogada que representava a família da vítima narrou ter constatado a existência de cerca de 30 ocorrências contra o suspeito, cujo histórico é apontado como de extrema agressividade contra colegas e professores. Também em novembro de 2018, a direção do Instituto de Educação disse que em mais de uma circunstância pediu à família do suspeito que o transferisse para outro colégio; entretanto, não houve acordo.