Motoristas que passavam pela BR- 367 na manhã deste sábado, 8 de maio enfrentaram    congestionamento nos dois sentidos da rodovia, em Taquaral de Minas, no município de Itinga, no Vale do Jequitinhonha (MG).

De acordo com a Polícia Militar, pelo menos 40 manifestantes estavam no local para  reivindicar melhorias na BR-367. A previsão era de que o trânsito fosse liberado  até o final da manhã. Ainda segundo a PM, a manifestação recebeu apoio de alguns caminhoneiros. A manifestação foi pacífica.

Os organizadores do movimento permitiam apenas  passagem dos veículos de emergência e de pessoas  com necessidades evidentes.

Novela da BR-367 se arrasta há anos.

Com status de estrada federal, BR-367 lembra trilha com buracos, valas e poeira. A rodovia foi idealizada pelo então presidente JK. Tem inicio em Diamantina, e liga a região ao sul da Bahia.

Apesar de não ter um título – como a BR-381, conhecida como a “Rodovia da Morte” pelo grande volume de vítimas de suas curvas fechadas – nem concentrar um número acentuado de acidentes, como as BRs 040 e 116, a BR-367, figura no grupo de vias que representa um tapa na cara dos governantes.

Decepção

Apenas quatro meses após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter lançado em dezembro do ano passado, a pedra fundamental para a pavimentação da BR–367, entre Salto da Divisa e Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, ele mesmo vetou os investimentos previstos no Orçamento deste ano para a rodovia.

Parlamentares mineiros cobram do governo uma nova fonte de recurso para a obra e prometem até mesmo uma articulação para derrubar o veto presidencial no Congresso.

A promessa do governo era investir R$ 157 milhões para pavimentar o trecho que vai até Salto da Divisa e tem grande movimento de carros e caminhões (principalmente os que carregam eucalipto e abastecem as fábricas de celulose na região). A previsão do governo era que a obra durasse dois anos e fosse finalizada ainda em 2022.

A pavimentação da BR–367 foi prometida pela primeira vez pelo então presidente Luiz Inácio Lula (PT), em 2010. A obra chegou a ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e os projetos executivos começaram a ser executados.

No entanto, bloqueios de verbas no Orçamento e problemas com a liberação de licenças ambientais foram adiando a chegada do asfalto por mais de uma década. Até hoje, os motoristas que passam pelo trecho enfrentam uma rodovia em péssimas condições, de terra batida e esburacada. Em período chuvoso, o trecho fica praticamente inviável.