Salinas prorroga bloqueio total após somar 57 novos infectados em apenas sete dias
Os acessos à cidade estão interditados desde a terça-feira passada com barreiras sanitárias, e é permitida apenas a entrada de moradores de Salinas que precisaram buscar atendimento médico ou exercer atividade profissional em outro município e de fornecedores de alimentos e outros produtos necessários para o abastecimento interno.
Sete dias bastaram para que a quantidade de moradores infectados em Salinas, no Vale do Jequitinhonha (MG), pulasse de dois existentes em 8 de junho para os 59 constatados até a noite dessa segunda-feira (15), de acordo com o balanço da Secretaria de Saúde do município.
O crescimento no número de diagnosticados com a Covid-19 acendeu o alerta ainda na terça-feira passada (9) quando a cidade decretou estado de lockdown, proibindo a abertura de estabelecimentos comerciais não essenciais e limitando a circulação de moradores a apenas situações de emergência.
A expectativa inicial era é de que o lockdown pudesse ser encerrado nessa segunda-feira. Entretanto, com o crescimento no número de casos de coronavírus, a prefeitura decidiu prorrogá-lo por mais sete dias. O município publicou nesta terça-feira (16) um decreto que estica o lockdown até a próxima segunda-feira (22), quando a situação da pandemia na cidade será novamente avaliada.
O texto que prorroga a suspensão completa do funcionamento de estabelecimentos não essenciais mantém as rígidas determinações descritas no primeiro decreto e que limitam, inclusive, a circulação em Salinas de moradores de outros municípios.
Os acessos à cidade estão interditados desde a terça-feira passada com barreiras sanitárias, e é permitida apenas a entrada de moradores de Salinas que precisaram buscar atendimento médico ou exercer atividade profissional em outro município e de fornecedores de alimentos e outros produtos necessários para o abastecimento interno.
Permanece também a proibição da circulação de pessoas na cidade. Somente podem deixar as suas casas aquelas possuem uma justificativa para tal, como os moradores que necessitam de atendimento médico ou atuam em setores essenciais do comércio.
O município considera essenciais os comércios ligados à alimentação como supermercados, açougues e padarias, instituições bancárias, serviços funerários, distribuidoras de gás e água, empresas ligadas à construção civil e clínicas médicas.
O decreto desta terça-feira (16) acrescentou à lista as lojas de alimentos para animais e os serviços de controle e erradicação de pragas de plantações e doenças de animais. Além desses pontos, o documento também reforça que fica mantida a proibição de novos hóspedes em hotéis, motéis e pousadas. Cerimônias religiosas, reuniões domiciliares e públicas, feiras livres e bares não podem acontecer.
Atualmente, a cidade de Salinas concentra 59 moradores diagnosticados com a Covid-19, sendo que estão sob investigação 606 casos considerados suspeitos – destes, segundo o balanço municipal, 551 referem-se a pessoas que estiveram em contato com casos confirmados da infecção.
O número de casos era bem menor na semana passada quando, em 8 de junho, o município confirmou seus dois primeiros testes positivos para o coronavírus. Dois dias depois, em 10 de junho, a quantidade de confirmados alcançou a marca de 20 e àquela data a cidade declarou ter registrado seu primeiro e único óbito até o momento causado pela Covid-19. Nesta terça-feira (16), cinco pessoas estão internadas na cidade com diagnóstico para a doença.
Através do decreto, o prefeito José Antônio Prates (PHS) admitiu que Salinas está diante de um “avanço descontrolado da pandemia” e caracterizou como “vertiginoso” o aumento no número de casos confirmados e suspeitos na cidade.
O documento que prorroga o lockdown terá validade até a próxima segunda-feira (22), quando o estado de emergência poderá ser esticado mais uma vez ou suspenso temporariamente.