MINAS GERAIS: Secretário de Saúde prevê pico menor e prolongamento do combate ao coronavírus no Estado
Carlos Eduardo Amaral ressaltou que o combate à pandemia exigirá paciência por parte da população e reconhece que as pessoas estão à beira da exaustão com medidas de isolamento social
O combate ao novo coronavírus (COVID-19) e as medidas de restrições adotadas no enfrentamento à doença em Minas Gerais exigirão paciência por parte da população. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, a maior parte dos mineiros entende a necessidade das normas atuais, mesmo que a cada dia mais pessoas cheguem próximas à ‘exaustão’ com as determinações restritivas. Para o secretário, a rapidez na adoção das regras e a concordância dos habitantes fizeram a diferença para que o estado apresentasse números menos drásticos em comparação ao resto do país.
Até esta quarta-feira, Minas registrou 135 mortes pela COVID-19. As contaminações pela doença somam 3.733. Epicentro da pandemia no país, São Paulo segue com elevados números dia a dia, e o estado passou a marca dos 51 mil casos registrados, com 4.118 óbitos. No Rio de Janeiro, são 18.728 confirmações de infecções e 2.050 mortes pelo vírus. As taxas de incidência e mortalidade por 100 mil habitantes em Minas são expressivamente mais baixas que nos vizinhos do sudeste e estão entre as menores no país. De acordo com atualização do painel coronavírus, do Ministério da Saúde, o Brasil está próximo de 190 mil casos confirmados e 13.149 pessoas morreram.
Para o secretário estadual de Saúde, os números são resultado de proatividade do estado e das cidades mineiras em adotar medidas de contingenciamento e restrição e no entendimento da população em se tratar do perigo do vírus, aceitando o isolamento e distanciamento social. Carlos Eduardo Amaral também ressalta que a postura dos mineiros deve gerar um achatamento do pico de contágio em Minas, ainda que ele preveja que as ações de restrição devem ser mantidas por um longo tempo, guardadas as devidas necessidades de cada região e município.
“De forma geral, entendemos que isso seja resultado de ações multifatoriais que tomamos. A primeira e mais importante é que, em Minas, iniciamos o isolamento em um momento precoce. Isso tem importância visto que o número de casos ainda era relativamente pequeno. Tudo funciona como uma progressão geométrica e conseguimos frear essa progressão. Além disso, temos mérito de todo o estado. A população vem tendo um comportamento aderente aos governos e não vejo mineiros reticentes”, disse, lembrando que as necessidades são diferentes e que as pessoas podem se cansar e questionar os atos.
“É de se esperar que exista exaustão das medidas de isolamento quando elas são muito intensas e que o resultado com casos reduzidos traz certa desconfiança. As pessoas começam a questionar gravidade do caso e isso aconteceu em todas as partes do mundo”, comentou, destacando que demais ações do governo que não o isolamento social podem fazer com que o estado siga em ritmo lento de contágios.
“Mesmo com mais pessoas nas ruas, essas pessoas estão usando máscaras, mantendo distância e todas as orientações servem como somatório para que criamos barreiras à transmissão do vírus”, argumenta.
O secretário ressaltou que Minas toma todas as ações com base em estudos de um comitê de enfrentamento da pandemia e que se entende perfeitamente com as prefeituras e com demais órgãos administrativos e jurídicos do estado. Carlos Eduardo Amaral reafirmou que espera o estresse da população com o isolamento, mas que cabe ao governo adaptar as medidas entre o momento e locais adequados, admitindo que as regras podem durar mais algumas semanas.
“O ‘Minas consciente’ é um programa muito sensato de distanciamento controlado e bem coordenado. Vai existir exaustão da sociedade em relação ao isolamento. É uma barreira emocional que tem que ser levada em consideração. Temos que ter noção de que se tudo correr bem, a tendência em Minas parece ser de um pico menor, e vamos lidar com isso por um grande prazo. O gestor tem que pensar e adaptar as medidas às necessidades da sociedade. O sofrimento vem com o distanciamento no longo prazo, temos que entender isso”.