TEÓFILO OTONI: Estudantes de Medicina da UFVJM criam aplicativo que monitora Farmácia do SUS
Com ele, dá para saber quais os remédios disponíveis e os que estão em falta
Agora, a população de Teófilo Otoni conta com um aplicativo de celular para saber quais medicamentos estão disponíveis na rede municipal de saúde, o FarmaSUS Teófilo Otoni. A ferramenta foi desenvolvida por alunos do 11º período do curso de Medicina do Campus do Mucuri da UFVJM. O aplicativo é gratuito e entrou em funcionamento esta semana para o sistema operacional Androide, podendo ser baixado pelo Play Store do celular. Pelo FarmaSUS, além de realizar a busca dos medicamentos disponíveis na rede municipal de saúde, também pode ter avisos sobre a falta ou retorno do medicamento ao estoque da farmácia municipal.
A criação do aplicativo fez parte das atividades propostas pelo Internato em Saúde Coletiva. De acordo com um dos coordenadores do Internato em Saúde Coletiva da Faculdade de Medina do Mucuri (Fammuc), professor Jandesson Mendes Coqueiro, no Internato em Saúde Coletiva, os estudantes são inseridos em diversos setores de gestão em saúde do município. Ao final do Internato, eles têm que escolher alguma temática para desenvolverem um projeto de intervenção, visando melhorias do serviço.
“Um dos grupos de alunos do Internato escolheu desenvolver esse aplicativo por perceber a falta de conhecimentos dos profissionais da Atenção Básica sobre as medicações disponibilizadas no município. O material disponibilizado era em formato de cartilha, o que dificulta a consulta dos profissionais no momento da prescrição médica; além disso, a própria população desconhecia a lista de medicação disponível”, explica Jandesson.
Antes de lançar o aplicativo, os alunos apresentaram a ferramenta para a Comissão de Farmácia e Terapia da Secretaria Municipal de Saúde de Teófilo Otoni. A apresentação foi realizada no último dia 26 de novembro. “Com o aplicativo, tanto a população quanto os profissionais poderão ter o acesso rápido à lista de medicação disponibilizada pelo município. Isso facilita no momento da prescrição médica. Além disso, o aplicativo permite ao gestor enviar mensagens informando sobre a falta ou aquisição de medicamentos aos usuários que estiverem com o aplicativo baixado”, destaca o professor.
Um dos alunos do grupo que desenvolveu o aplicativo, Toscanini Barcellos de Oliveira, explica que a ferramenta foi desenvolvida totalmente pelos alunos. “O aplicativo foi estruturado numa plataforma gratuita para desenvolvimento de aplicativos para Android e com um pouco de noção de informática avançada por parte de um dos componentes do grupo, não foi difícil tirar a ideia do papel”. E quanto ao trabalho, Toscanini conta que a intenção principal do projeto de criação do FarmaSUS foi melhorar o acesso da informação aos profissionais da rede e a população em geral.
“Durante o Internato em Saúde Coletiva tivemos a oportunidade de estar inseridos em diversos setores relacionados à Secretaria Municipal de Saúde, dentre eles: Farmácia Municipal, na qual vimos o fluxo de pessoal e os desafios logísticos; e Unidades Básicas de Saúde: locais onde pudemos perceber por vezes uma discrepância entre algumas prescrições e o previsto na listagem municipal de medicamentos. Em alguns casos o profissional prescritor era bem-intencionado e verdadeiramente acreditava que tal fármaco estava previsto na listagem do município. A partir do explorado e pelo consenso do grupo pensamos num meio rápido e prático de disseminar tais informações e, dessa forma, surgiu a ideia de criar o FarmaSus, um aplicativo de celular que em poucos segundos disponibilizaria um acesso rápido a essas listagens”, detalha o aluno.
Universidade e Comunidade
Durante o internato rural, os alunos de Medicina trocam salas de aula da universidade por espaços para desenvolver conhecimento sobre a relação entre medicina e sociedade. Para o aluno Toscanini, “no internato foi possível, de alguma forma, dar algum retorno à população de tudo que estamos desenvolvendo dentro da academia”. Ele explica que “é interessante entender o papel social que o profissional, seja ele médico ou não, deve ter dentro dos serviços de saúde: compreender a realidade na qual ele está inserido e tentar atuar com papel transformador na dinâmica vivenciada. A universidade traz isso como premissa, e expandir essa consciência de que é importante pensar no viés social de cada profissão é importantíssimo. O médico pode exercer o cuidado de diversas formas, não só apenas com o atendimento ao público”.