Em meio a muita expectativa, no próximo domingo cerca de 5 milhões de estudantes vão participar do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, que dá acesso às principais instituições de ensino superior do país. O número de inscritos deste ano é o menor desde 2010 – no ano passado foram 5 milhões e 500 mil.

Para evitar vazamentos e fraudes como em anos anteriores, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), destacou um maior investimento em tecnologias e medidas de segurança. Uma delas é a tolerância zero ao uso de celular. No edital do exame, foi estabelecido que, “se o celular emitir algum som durante a realização das provas, mesmo que esteja dentro da embalagem lacrada, o participante será eliminado”.

A medida foi sugerida pela Polícia Federal (PF). O diretor de Tecnologia e Disseminação do Inep, Camilo Mussi, lembra que, “além de desligar o aparelho, o inscrito deve desativar os alarmes”.

Outros dispositivos eletrônicos continuam proibidos. Além disso, equipamentos de detecção de ondas magnéticas vêm sendo usados nos locais de prova com o objetivo de captar emissões de frequência de aparelhos eletrônicos.

Mussi lembra ainda que, desde 2016, a digital de todos os participantes é colhida nos dois dias do exame. “Essa é uma das principais medidas de segurança para evitar fraudes”, afirmou.

“O que se pode e o que não se pode levar ou fazer no dia da prova continua o mesmo. Pode levar comida, não pode levar lápis e borracha, pode usar caneta preta”, exemplificou o diretor de Ensino do Colégio Bernoulli e especialista em Enem, Rommel Domingos. Embora seja permitido levar comida, consta no edital que lanches serão revistados.

Conteúdo da prova não deve mudar

Depois de declarações feitas pelo presidente da República Jair Bolsonaro – que, no ano passado, antes mesmo de tomar posse, disse que iria conferir a prova do Enem antes da aplicação –, muitas dúvidas pairam sobre o conteúdo do exame deste ano. O ministro da educação, Abraham Weintraub, afirmou em abril que “questões ideológicas ou muito polêmicas” não seriam abordadas.

No entanto, o especialista no Enem Rommel Domingos explica que os alunos podem se despreocupar, pois não haverá mudanças no conteúdo cobrado. “É preciso focar tudo que foi estudado, pois não acredito que será cobrado algum conteúdo fora do que já foi visto, até porque a prova é elaborada por meio de um banco de questões já existente”, explicou Domingos.

Enem digital

Avanço

A partir do ano que vem, o Enem poderá também ser realizado por meio de uma plataforma online. Os alunos poderão agendar a prova pela internet. A ideia é que o exame seja aplicado em diversas datas.

Funcionamento

Além das questões objetivas e da redação, as provas também contarão com elementos interativos levando à lógica dos games e de outros formatos de conteúdos digitais para os candidatos. 

Cronograma

Em 2020, os estudantes poderão optar pelo papel ou pelo modelo digital. Já a partir de 2026, a previsão é que a prova seja somente digital.

Logística

Brasil. Para a realização do Enem, são impressas 10,3 milhões de provas nominais, enviadas em 54 mil malotes, que seguem para as 11.227 coordenações em todo o país.