Conheça os principais mitos sobre vacinação
O Sistema Único de Saúde Pública (SUS) oferece 19 vacinas para a população de forma gratuita. São imunizações para crianças, adolescentes, adultos e idosos, que combatem as mais variadas doenças.
No entanto, em 2016, a cobertura vacinal começou a demonstrar sinais de queda em todo o país.
Um exemplo é a primeira e a segunda doses da vacina contra o HPV, uma doença sexualmente transmissível. Foram vacinados 3,5 milhões de meninos, entre 11 e 14 anos, com a primeira dose a partir de 2017, correspondendo a 48,9% do público-alvo. Com a segunda dose a cobertura foi ainda menor. Apenas 1,6 milhão de meninos nesta faixa etária foram vacinados, o que equivale a 22,4% do público estipulado. Segundo o Ministério da Saúde, as duas doses são necessárias e o ideal é que 80% desse público fosse vacinado.
Segundo o médico sanitarista e coordenador do núcleo de epidemiologia e vigilância em saúde da Fiocruz em Brasília, Cláudio Maierovitch, diversos fatores podem contribuir para a diminuição da cobertura. Entre eles, estão as fake news (notícias falsas) e os mitos envolvendo a vacinação.
“É muito preocupante que haja questionamentos sobre o funcionamento das vacinas, em especial aqueles que se baseiam em notícias mentirosas, relacionadas a efeitos negativos de vacina. Há pessoas que deixam de levar as crianças ou mesmo de tomar vacinas, porque ficam na dúvida se há algum risco, e como não se trata de um tratamento, e sim de uma prevenção, eventualmente as pessoas abrem mão desse instrumento”, explicou.
Com a disseminação de notícias falsas, começaram a surgir em todo o mundo movimentos antivacina, que levantam argumentos contra a imunização. A situação é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu esses grupos entre os 10 maiores desafios de saúde global em 2019.
Em entrevista ao Gov.br, o diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Júlio Croda, explicou os 5 principais mitos que envolvem a vacinação:
5 mitos relacionados à vacinação
Confira as explicações de Júlio Croda, diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmitidas do Ministério da Saúde
- 1 – A vacina causa autismo ou outras doenças. “A vacina não está associada a nenhum tipo de doença, não existe nenhum tipo de reutilização de seringas e não há nenhuma associação ao autismo”
- 2 – A vacina contém toxinas ou agentes químicos nocivos à saúde. “Isso é outro mito muito difundido através de redes sociais e páginas específicas de movimentos que espalham essas fakes news. Não há nenhum estudo que confirme qualquer conteúdo nocivo à população nas vacinas”
- 3 – Quem é saudável não precisa tomar vacina. “As doenças podem acometer qualquer pessoa, independente da sua imaturidade. É necessário que a pessoa se vacine para não adquirir a doença e suas consequências”
- 4 – Pessoas com doenças crônicas não podem se vacinar. “Muito pelo contrário, eles fazem parte de um grupo de risco, e realmente precisam se vacinar. A maioria dos pacientes com diabetes e hipertensão, por exemplo, são idosos, e existe um calendário vacinal específico para essa população”
- 5 – Vacina só é importante para crianças. “O calendário vacinal está previsto para crianças, mas também para os adolescentes, adultos e idosos”