Menor que matou colega em escola de Minas Novas é transferida para BH
Ela ficará internada 45 dias em uma instituição voltada para o acolhimento de menores em BH, até uma decisão final do Poder Judiciário. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê 3 anos de internação para casos de homicídio envolvendo menor.
A adolescente de 15 anos que espancou e matou uma colega dentro de uma escola em Minas Novas no Vale do Jequitinhonha,(MG) ficará internada por 45 dias em uma instituição para reeducação de menores em Belo Horizonte.
A adolescente vai aguardar decisão do judiciário sobre se ela vai permanecer por 3 anos internada, conforme prevê nestes casos o Estatuto da Criança e do Adolescente, se terá semiliberdade, liberdade assistida ou se será liberada após os 45 dias.
No momento em que a colega estava sendo sepultada, nesta quinta-feira (11) a agressora era ouvida no Fórum de Minas Novas, acompanhada de membros do Conselho Tutelar local. De acordo com informações, ela sofre de transtornos mentais e tem um histórico de agressões. Após a audiência ela foi levada para Belo Horizonte.
A menina estava morando em um abrigo e, segundo um funcionário da escola onde o crime ocorreu, perdeu o contato com os pais desde criança. Aos 3 anos, ela assistiu ao assassinato da mãe cometido pelo pai e desde então foi acolhida pela instituição. O pai dela segue preso.
O crime ocorreu na tarde da última quarta-feira (10) dentro do pátio da Escola Estadual Dr Agostinho da Silva Silveira que possui cerca de 800 alunos do ensino médio e fundamental.
Segundo informações da Polícia Militar, a vítima Maria Aparecida Esteves Otoni, também de 15 anos, foi atacada pela colega que desferiu chutes e socos na cabeça dela, após acusa-la de ter rasgado um caderno. A garota chegou a ser socorrida pelo Samu, mas morreu horas depois no hospital da cidade, por traumatismo craniano.
Os professores relataram à Polícia Militar que tentaram separar as duas adolescentes, mas não conseguiram a tempo de cessar o ataque. Tudo ocorreu há poucos metros da diretora, vice e funcionários da escola. Eles disseram ainda que a autora tentou se ferir durante o registro da ocorrência, mas foi contida por policiais.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, contou que ajudou a socorrer Maria Aparecida, e detalhou o que ocorreu no pátio do colégio.
O servidor conta que as duas menores estavam no pátio, durante o recreio. Quando a vítima passava, foi surpreendida pelas agressões e não chegou a reagir.
O funcionário afirma que Maria Aparecida tinha epilepsia e teve uma convulsão depois de sofrer a agressão na cabeça. Enquanto ela se debatia, a autora continuou chutando e dando socos na cabeça da vítima , até que foi afastada do local por um grupo de funcionários.
Ainda de acordo com o funcionário, as duas são acolhidas por uma instituição que presta assistência social a crianças e adolescentes.
De família humilde, o corpo de Maria Aparecida foi sepultado na tarde desta quinta-feira (11)no cemitério da Comunidade de Granjas, em Chapada do Norte, cidade a 28 km de Minas Novas.