Um ex-colega do estudante de direito Vinicius Serra, que agrediu durante quatro horas a paisagista Elaine Caparroz, disse à TV Globo que o agressor já tinha histórico de violência e se envolveu em brigas na faculdade.

“Está todo mundo da época de faculdade muito revoltado com toda essa situação, o que ele fez com essa mulher. Apesar de ter relatos na época de confusões dele, de briga em boate, ninguém nunca imaginava que ele pudesse fazer algo dessa forma”, disse o colega que não quis ser identificado.

A expectativa da polícia agora é tentar conversar com Elaine Caparroz e entender exatamente o que aconteceu naquele dia.

“Não há motivo, nada justifica, mas em que momento começaram essas agressões? Ela estava dormindo, ela estava acordada? Até para que nós forneçamos ao juízo todos os elementos probatórios, buscando a condenação desse sujeito”, explicou a delegada Adriana Belem.

O que a polícia já sabe é que, no fim de semana, Elaine se encontrou pela primeira vez com o estudante de direito, de 27 anos. Eles trocavam mensagens há cerca de oito meses nas redes sociais.

No último domingo, marcaram um jantar na casa dela e dormiram juntos. Mas, durante a madrugada, Vinicius espancou Elaine durante quatro horas, até que os vizinhos ouviram os gritos e chamaram a polícia.

Vinicius Serra está preso por tentativa de feminicídio. A defesa alega que ele teve um surto psicótico, mas a polícia não acredita nesta versão.

“Esta pessoa, muito embora alegar um surto psicótico - o que não é raro hoje em dia - todos alegam surto psicótico pra vários crimes, ele não convenceu a polícia com essa possibilidade, não”, disse a delegada.

A polícia já sabe que há três anos, Vinicius Serra também foi acusado de agredir o próprio pai e o irmão, dentro de casa. Os pais de Vinicius tinham depoimento marcado para terça-feira (19) na delegacia, mas não apareceram.

Funcionários do prédio prestaram depoimento
A Polícia Civil ouviu, na manhã desta quarta-feira (20), dois funcionários do prédio onde mora a paisagista Elaine Caparroz, que foi agredida, durante quatro horas pelo estudante de direito Vinicius Serra.

Uma das pessoas que prestaram depoimento é o segurança do condomínio que rendeu o agressor. Juciley Souza de Andrade foi quem ouviu os gritos e salvou a vida dela.

“Eu vinha descendo, fazendo minha ronda, e escutei o pedido de socorro. Me desloquei até o apartamento, comecei a bater na porta, primeiro apertei a campainha e nada de atender”, disse o segurança.

A vítima mora no 16º andar. Como ninguém abriu, Juciley desceu até a portaria para ligar para a polícia. Quando estava voltando ao apartamento, ele o encontrou.

“Quando eu estou saindo para pegar o elevador para subir, ele desceu. Aí eu rendi ele. Rendi ele e mandei ele sentar e aguardar a chegada da polícia”, declarou Juciley.

O segurança diz que ele obedeceu e não ofereceu resistência.