A Secretaria de Saúde de Ipatinga emitiu um alerta nesta quinta-feira (17) para surto de esporotricose, um tipo de micose infecciosa que provoca graves lesões, causada por um fungo. A doença atinge animais, principalmente gatos, e pode ser transmitida para os seres humanos.

Segundo a médica veterinária do Centro de Controle de Zoonoses, Shara Regina da Silva, a dois importantes fatores que favorecem a propagação da doença em Ipatinga. O clima da região, quente, é favorável, além do grande número de animais abandonados. “O que acontece hoje na nossa região é a superpopulação de animais na rua. As pessoas não castram seus animais, vai só reproduzindo, aí [os tutores] vão abandonando o animal na rua, ele começa a se alimentar na rua. E o animal de rua está vulnerável a qualquer tipo de doença”.

A transmissão da doença, do gato para o ser humano, acontece por meio de arranhões, mordidas e manipulação do animal infectado, que em contato com as feridas abertas no corpo do ser humano propicia a penetração do fungo provocando lesões. Geralmente essas lesões são mais comuns de ocorrer nas mãos e nos braços.

Cuidados

Para os tutores de gatos a atenção tem que ser redobrada, já que a doença não possui sintomas específicos para identificar se o animal está infectado. A recomendação é ficar em alerta aos primeiros sinais de feridas que o pet apresentar, para caso seja diagnosticado, a doença possa ser tratada. “Se o gato apresentar qualquer ferida, por menor que seja, ele tem que ir para o veterinário para fazer os exames. Aí pode ser primeiro o exame clínico ou laboratorial para confirmar se é a doença. Como a gente está hoje em uma área com surto, qualquer ferida em gato, a primeira suspeita é esporotricose”.

A ação mais efetiva para prevenção da manifestação da doença nos gatos é o cuidado com a saúde do animal, como manter a vacinação em dia, levar ao veterinário pelo menos uma vez ao ano, fazer os testes de doenças e no caso da esporotricose, a castração é outra forma de evitar a proliferação da micose. "Quando a doença é introduzida em um local a gente não tem esperança dela ser erradicada. O que existe é conscientizar a população”, afirma a veterinária.

O tratamento no animal infectado e feito por meio de medicação oral, dado por um longo período dependendo do tamanho da ferida e do estágio da doença. “No tratamento, os veterinários passam medicação oral. Pode ser sobre internação, pode ser domiciliar, aí o médico veterinário vai decidir de acordo com o estado de saúde do animal, se a lesão está menor, se a lesão está maior, se está mais escondida ou mais profunda”, comenta Shara Regina.

Segundo a prefeitura, o Centro de Zoonoses do município recebeu entre janeiro e novembro de 2018 mais de 200 gatos com esporotricose. Estes animais, pelo estágio avançado da doença foram eutanasiados.

“O tutor geralmente leva o animal em estágio avançado. Tem animal que chega sem consegui andar, a doença evolui muito rápido. Tem situações que o tutor opta pela eutanásia e a gente recebe, mas quando o animal está no início da lesão, a gente dá as orientações para procurar o tratamento médico veterinário”, alerta Shara Regina.