Com tempo quente e chuvoso, prefeitura faz alerta para proliferação do Aedes aegypti em Ipatinga
Último levantamento do LIRAa, realizado em 2018, mostrou que a cidade tem o índice de infestação acima do recomendado; agentes de endemias visitam imóveis para nova pesquisa.
O último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 2018, mostrou que Ipatinga tem uma infestação do mosquito causador da dengue e outras doenças acima do recomendado pelo Ministério da Saúde. Segundo o balanço, foi constatada a presença do Aedes em 2,3% dos imóveis na cidade. Com a chegada do período de chuvas e forte calor no Vale do Aço, que começou em dezembro e se estende neste início de 2019, a preocupação se torna ainda maior.
A diretora do departamento de Vigilância Sanitária em Saúde de Ipatinga, Mara Fernanda Andrade, explica que neste período do ano é importante a população ficar atenta aos locais que podem abrigar os ovos. “Chuva, e esse tempo quente, é o ambiente propício para a proliferação do mosquito. Às vezes tem um ovo depositado em um recipiente, e o ovo dura 450 dias. Então as vezes um copo de plástico, por exemplo, ele está em um ambiente, vem a chuva e aquele ovo eclode, e se transforma em um mosquito”.
Novo levantamento
Em busca de mobilizar ainda mais os moradores no combate ao mosquito, 65 agentes de endemias vão visitar 4.311 imóveis até esta quinta-feira (10) para novas coletas de dados do LIRAa.
A ação, segundo Mara Fernanda Andrade, é fundamental para o município mapear quais são os locais com mais focos do mosquito e planejar formas de atuações para diminuir os índices da infestação. “O LIRAa vai falar qual bairro que tem maior foco, qual a região de Ipatinga terá maior foco. Quando a gente fica sabendo onde tem o maior foco e que nós vamos atuar, fazendo mutirão com os agentes, em postos de saúde, vitórias. A gente mobiliza a população para participar e conscientiza da necessidade da varredura da casa para a eliminação dos focos”.
No último levantamento, os bairros Bom Jardim, Ferroviários, Horto, Vila Celeste, Esperança e Ideal registraram os maiores índices do município.
Quase metade dos municípios está em alerta ou com risco de surto para doenças do Aedes
Cuidados redobrados
As amostras coletadas pelas equipes de agentes serão levadas para o Centro de Zoonose do município e analisadas pelos biólogos. A ideia é poder pesquisar quais vírus o mosquito está portando e ajudar na identificação das potenciais doenças em circulação. O resultado do LIRAa será divulgado no dia 14 de janeiro.
Mara reforçar o pedido com os cuidados para não deixar recipientes ou vasilhas de água, principalmente pela circulação do vírus que são transmitidos pelos Aedes aegypti. A água parada é um dos maiores atrativos. Por isso vede as caixas d’água e recipientes que guardam a água; e cuide dos potenciais criadouros que não podem ser eliminados.
“Antes era só a dengue, hoje é dengue, zika e chinkungunya; e temos também uma febre amarela. Já está circulando, havia à algum tempo, uma média de 10 anos, que não circulava e está circulando também o soro tipo 2 da dengue. O que nós preocupa, é que o tipo é o que causa a dengue hemorrágica, uma complicação da dengue".
LIRAa no Vale do Aço
Em Timóteo, o último levantamento de 2018 registrou 4,2% de infestação. Destes dados, os domicílios correspondem cerca de 80% dos locais de focos, o que levou a prefeitura a reforçar as ações educativas.